sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Após varios anos entre lápis, pinceis e tintas, telas e até gessos e artes decorativas, ... não me sentia realizada. Pintar o que os outros faziam para mim era pouco. Necessitava criar a superficie. A minha superficie, uma especie de conquista do espaço.
Assim um dis ápos muitos tropeções... ... iniciei uma formação, até hoje continua, na cerâmica; descobri a roda, a lastra, o rolo, o barro, os vidrados, mas sobretudo a superficie. E ate hoje continuo a descoberta, e em fascinio permanente.
«... era uma vez uma casa muito engraçada, não tinha tecto não tinha nada...»
... assim em 1997, após varios anos de errancia de "atelier" em "atelier" de espaço em espaço, na garagemdos pais, de fabriqueta em fabriqueta, de aulas particulares a mão-de-obra "escrava" e de formaçao profissional, ...
"remodelei" de forma "parca", uma velha casa.
Ápos muito ter palmilhado compeças entre braços, às vezes já vidradas, no carro a uma velocidade pedestre, ver a casa caiada, vazia, ver entrar o meu forno e passar finalmente a ter a minha oficina... (sim, à época "atelier" era um francesismo e não constava no dicionário de português).
Chamei-lhe oficina cerâmica, pela materia prima em maior uso ser o barro. Não ousei chamar-lhe olaria, pois, dado à minha tardia iniciaçao à aprendizagem, jamais e hoje mais de uma decada passada continuo a afirma-lo, por muito que me esforçe, jamais serei uma oleira.
... assim começou a vida de um "novo" espaço de trabalho..................................................