A minha oficina enche-se de ruidos
quando pela manhã o Sol operario
veste-se de roupa velha e se aproxima da bancada
...Eu só empresto as mãos...
trabalho entre quatro paredes, a primavera é a minha alma,
o vento e os passaros ensinam-me segredos
e acordam meus dedos e nascem os filhos do "oleiro"
...
As vezes vem gente a minha oficina
ver o barro dançar a roda,
e o barro, dança, e essa gente, põe-se no lugar do barro
prendem-se
e alegram-se com a alegria redonda do barro
..."oleiro" é festa da gente
festa de sol e passaros
não cabe entre paredes
a sua memoria anda ,
conhece-se em todos os países
ama o que vê
aprende com a musica das estações do ano
e faz filhos;
e faz os seus filhos de barro.
(16.08.2007)